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Capítulo Brasileiro da Internacional Association for the Study of Pain - IASP


Dor na criança


Estou sem dor! E estive pensando… quando eu crescer quero ser médico pediatra da dor, para tirar a dor de todas as crianças!” Essa frase ouvi de um paciente internado, com uma doença crônica que cursa com crises de dor insuportáveis durante toda a sua infância. Hoje ele está com 11 anos e enfrenta mais uma de suas internações, mas cuidamos de sua dor desde os 3 anos de idade!

A dor não escolhe idade, sexo ou raça. Até algum tempo atrás, os próprios médicos acreditavam que as crianças não eram capazes de sentir dor, no entanto estudos mais recentes tem demonstrado que, desde o nascimento já temos o desenvolvimento neurológico suficiente para sentirmos dor, mesmo se prematuros. Existem algumas doenças de início na infância que cursam com dor como anemia falciforme, alguns tipos de câncer, algumas doenças reumatológicas, cefaleias e também as dores específicas de cada idade como as cólicas do recém nascido, as de infecções de garganta ou de ouvido, o nascimento dos dentinhos, os traumas na fase escolar e até a dor do próprio crescimento, que é responsável por até 15% das dores nessa fase.

Situações de estresse ou dor na infância repercutem de forma física ou psíquica por toda a vida, podendo ser responsáveis por sequelas prolongadas como alguns distúrbios de sono, alterações de apetite, déficit de atenção, de aprendizado e até pela cronificação da dor.

 Por isso, é muito importante fazer o diagnóstico e valorizar a queixa ou os sinais sugestivos de dor, uma vez que nas faixas etárias menores a avaliação objetiva torna-se dificultada pelo fato da criança não saber se comunicar. Existem escalas da avaliação da dor para as diferentes idades, desde o nascimento até a idade adulta e os profissionais envolvidos nos cuidados com as crianças devem ser capazes de aplicar tais instrumentos, a fim de diagnosticar com maior precisão a intensidade da dor, levando ao tratamento adequado.

Vários são as modalidades de tratamento que podemos lançar mão na dor da criança, envolvendo sempre uma equipe multiprofissional com médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros e existe uma gama enorme de medicamentos analgésicos que podem e devem ser utilizados na criança na presença de dor. Os responsáveis pelas crianças devem estar atentos a qualquer alteração de atividade ou queixa de dor, para procurar um profissional que trate precocemente a dor evitando assim as consequências futuras desse sintoma tão comum, mas ainda bastante negligenciado.


Fontes e referências

Dra. Daniela Santos Medeiros da Silva - Associada SBED
Centro Integrado de Tratamento da Dor
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