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Capítulo Brasileiro da Internacional Association for the Study of Pain - IASP


Dor na gravidez


Confira as dores mais comuns na gravidez


Os seios, costas e até mesmo a virilha podem apresentar desconfortos

A gravidez muda o corpo como um todo, isso é um fato! E o normal é que ela reclame um pouco durante todo esse processo, causando algumas dores específicas e normais, que algumas mulheres podem ou não apresentar.

E tudo isso só piora com o estilo de vida atual. "Temos que lembrar é que hoje a mulher tem uma rotina cansativa, com duplas ou triplas jornadas, e quando ela engravida continua com isso, o que causa sobrecarga musculoesquelética muito grande", considera a ginecologista e obstetra Telma Zakka, especialista em dor, coordenadora do comitê de dor urogenital da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

Mas não é porque essas dores são previstas que elas não devem ser relatadas ao seu médico. "Sim, primeiro que a dor nunca é normal, pode ser esperada ou compatível para a gestação, mas nunca é agradável e sempre merecerá atenção e eventual medicação", friza o obstetra Antônio Braga, diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ).
O importante é que a maior parte dessas dores pode ser minimizada ou mesmo evitada com os cuidados certos.

Dor nas mamas

Não é só durante a amamentação que as mamas crescem, no primeiro trimestre é comum que as mamas fiquem mais doloridas, até mesmo com a liberação maior do hormônio prolactina. O peso também é um fator importante para essa dor, o aumento do tamanho e densidade causam maiores desconfortos. "Uma boa forma de amenizar isso no terceiro trimestre é usando um sutiã adequado, com melhor sustentação e alças e laterais mais largas", ensina a ginecologista e obstetra Telma Zakka, especialista em dor, coordenadora do comitê de dor urogenital da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

Dor lombar

A dor nas costas é um incomodo comum, tanto que atinge cerca de 80% das gestantes, de acordo com Telma. "Isso é causado pela sobrecarga de peso que a gravidez exige e que gera uma mudança da postura da grávida", comenta a obstetra. E quanto maior o peso, maior a intensidade dessa dor, por isso mesmo que uma das melhores formas de prevenir o problema é ganhando a quantidade de peso recomendada pelo médico. Além disso, ter uma postura melhor em casa e no ambiente de trabalho também ajuda. Mas se o desconforto já está instalado, você não precisa ficar sofrendo. "Técnicas como RPG, massagens localizadas, compressas de água morna e acupuntura costumam dar bons resultados. Se nada funcionar, entramos com analgésicos, que são seguros na gestação se forem indicados pelo médico", aponta o obstetra Antônio Braga, diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ).

Dor na pélvis

O peso que a mulher ganha na gravidez nem sempre é apenas do bebê: "Ao final da gestação vamos ter um ganho de 5 a 7 kg nessa região: o peso do bebe que é de 3,5 kg, 1 kg de placenta e mais 1 kg de liquido amniótico", explica o obstetra Braga. Quem sofre também com isso é a pélvis, mais especificamente a sínfise púbica, que só relaxará perto do parto, quando essa estrutura fica mais maleável para a passagem do bebê. "A chamada pubalgia acomete cerca de 58% das gestantes", mensura a especialista em dor Telma.

Dor de cabeça

Ao mudar toda sua postura, a coluna cervical, região do pescoço, acaba sendo prejudicada também. Isso causa dores não só na nuca, como também na cabeça. "Esse é o tipo de cefaleia bem frequente nas gestantes", pondera Telma Zakka. Além disso, as preocupações podem tornar a mulher mais suscetível a cefaleias tensionais. Mesmo assim, não é um incomodo que toda gestante necessariamente vai sentir. "No primeiro trimestre a tensão maior ocorre pela descoberta do problema, no segundo há a ansiedade sobre a saúde do bebê e no terceiro o medo do parto", explica Braga. Se as dores não passarem com conversas com o médicos e técnicas de relaxamento, analgésicos podem ser indicados pelo médico. Mas a automedicação pode arriscar malformações no bebê.

Cólicas

Cólica é algo que associamos à menstruação, mas ela pode muito bem aparecer na gestação, principalmente no começo. "Isso assusta, as gestantes acham que podem perder o bebê, mas ela se relaciona na verdade tanto com aumento do útero, quanto com a produção de gases intestinais, que causam uma distensão", explica Telma. Esse tipo de dor normalmente passa tomando um banho quente, indo ao banheiro ou usando um analgésico. Mas se mesmo assim eles não acabarem, principalmente se muito intensas e com uma periodicidade certa, podem significar aborto ou parto prematuro, dependendo da época da gestação em que você está. Por isso é importante sempre relatar como é a dor para seu médico.

Dor nas articulações

Muitas gestantes podem apresentar um certo inchaço nas articulações por reterem mais líquidos, o que causa dores nesses locais. "Na verdade isso poderá ser até mais importante que retenção hídrica, o melhor é que o médico possa avaliar corretamente", acredita o ginecologista Augusto Bussab, especialista em fertilização. Isso também pode acontecer devido à síndrome do túnel do carpo, comum nas mulheres grávidas, possivelmente porque elas apresentam mais edemas no corpo. "Para minimizar esses problemas todos, o ideal é que a mulher faça exercícios físicos e tenha uma dieta com pouco sal, principalmente no fim da gestação", ressalta Telma.

Dor nas pernas

Mais uma vez o peso é o vilão aqui. A gestante, ao equilibrar seu corpo, muda também a postura das pernas, que ficam bem mais arqueadas. Isso faz com que elas fiquem mais doloridas. "Além disso, pode haver uma diminuição do retorno venoso deixando os membros inferiores com edemas e dores", ressalta Augusto Bussab. Nesses casos, o ideal é repousar com as pernas elevadas em 30 graus de 5 a 10 minutos no final da manhã e no final da tarde.

Câimbra

Essa mudança na postura das pernas sobrecarrega os músculos, o que também pode causar câimbras, principalmente à noite. "Isso causa um encurtamento da musculatura posterior da perna, o que torna esses músculos mais propenso a espasmos", explica Telma. Além disso, ao crescer o útero comprime a veia cava, atrapalhando a circulação sanguínea dos membros inferiores e causando maior retenção de líquidos. Muitas vezes, porém, as câimbras noturnas podem ser causadas por um desequilíbrio de minerais. "Há uma diminuição do cálcio e magnésio na corrente sanguínea, propiciando o quadro", considera Bussab. Nesses casos, uma alimentação variada composta por frutas e vegetais ajuda a reduzir o problema. Alongamentos antes de dormir também são uma solução.


Fontes e Referência


Dra Telma Zakka - Coordenadora do Comitê de Dor Urogenital da SBED
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